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Governo Aécio Neves vai capacitar produrores rurais – ação faz parte do Programa Minas Sem Fome

A especialização dos produtores rurais mineiros tem sido um investimento de sucesso. A capacitação é um dos projetos do Programa Minas Sem Fome, desenvolvido pelo Governo Aécio Neves por meio da  Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Somente neste ano, mais de 5.900 pessoas foram capacitadas e pouco mais de 350 cursos foram realizados em todas as regiões do Estado. A meta é capacitar 10 mil pessoas e realizar mil cursos até o final do ano.

O projeto tem o objetivo de possibilitar a melhoria da qualidade de vida desses agricultores, desenvolvendo a segurança alimentar e o aumento da qualidade da produção, associados à preocupação com o meio ambiente. Os cursos de maior demanda são: processamento de alimentos; horta e pomar doméstico; capacitação em apicultura; melhoria da qualidade do leite; entre outros.

Segundo a coordenadora estadual de capacitação, Maria José Nunes, o projeto é voltado para agricultores familiares, de comunidades carentes. “A maioria dessas pessoas planta e cultiva para o próprio consumo, mas tem o sonho de ampliar a produção e adquirir independência para comercializar os produtos e caminhar com as próprias pernas”, pontua a coordenadora. Grande parte dos produtores que participam do processo de capacitação são aqueles que recebem insumos do Programa Minas Sem Fome, como kits de horta e pomar, pintainhas e sementes de milho, sorgo, feijão e arroz. “Não adianta receber os insumos e não saber como cuidar deles”, acrescenta Maria José.

Casos de Sucesso

O produtor Raul de Oliveira, presidente da Comunidade Santa Maria, do município de Olhos d’Água, região Norte de Minas, participou da capacitação em apicultura e avalia que o curso foi bastante proveitoso. Para ele, a capacitação é importante porque orienta quanto à forma correta de lidar com a produção e cultivar as abelhas. Ele comenta que colocava a cera em saco plástico para derreter no calor do fogão de lenha e, aprendeu no curso, que o correto é escorrer a cera no sol ou no derretedor. Raul participou da capacitação no mês de maio e mostra que já obtém resultados. “Com as técnicas corretas eu pude aumentar a qualidade do mel e passei a ter uma preocupação maior com a higienização dos equipamentos”, afirma.

O produtor mora em um sítio de quatro hectares e possui 40 colméias. Ele conta que cria as abelhas na casa de vizinhos e vende o mel produzido na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Associação da Comunidade Santa Maria já adquiriu alguns equipamentos, como centrífuga, descristalizador, decantador e fumegador, com o apoio do Minas Sem Fome. O avicultor ainda enfrenta dificuldades no escoamento do material. Ele diz que transporta cerca de duas caixas de cera, cada caixa com aproximadamente 10 mil abelhas, na garupa de uma motocicleta.

O coordenador estadual de pequenos animais da Emater-MG, Dirceu Alves, ressalta que a apicultura é uma atividade arriscada e que exige muitos cuidados. Por isso, é necessário que o produtor faça uma especialização para exercer esse trabalho. “Se as abelhas não forem tratadas da forma correta, a produtividade tende a ser muito baixa e elas podem adoecer. O mel deve ser processado de acordo com as boas práticas de produção”, afirma. Além disso, também é necessário usar roupas de proteção e ter bastante cuidado ao manusear os insetos. O coordenador aponta que a apicultura é uma atividade de investimento inicial baixo e retorno rápido. Ele explica que uma colméia povoada, na época de reprodução das abelhas, pode produzir uma melgueira com 12 kg em 15 dias, aproximadamente dez litros de mel.

Já o agricultor Carlos Adriano Ribeiro participou da capacitação de horta doméstica, no município de Felício dos Santos. Ribeiro conta que sempre plantou no quintal de casa. Ele cultiva alho, alface, cebola, cenoura, agrião e outras hortaliças para o próprio consumo. Ele diz que o curso é importante porque muitas pessoas sabem plantar, mas desconhecem os métodos técnicos que aumentam a qualidade das verduras. Ribeiro comenta que a plantação tem 1.700 m² e ele tem pretensões de aumentar a produção para comercializar os produtos no futuro. O produtor ressalta que aprendeu métodos para preparar inseticidas orgânicos durante a capacitação. “Eu nunca utilizei inseticidas químicos, mas a aplicação dos métodos naturais ajuda no aumento da qualidade das hortaliças e no combate às pragas”, pontua.

Para o coordenador estadual de olericultura da Emater-MG, Georgeton Silveira, a capacitação tem a função de profissionalizar o produtor rural em atividades que ele já executava, mas que antes eram amadoras. Georgeton aponta que é interessante discutir sobre as formas de combater pragas e doenças de hortaliças sem o uso de agrotóxicos. Ele comenta que o uso de produtos orgânicos possibilita a produção de alimentos de melhor qualidade, sem resíduos de produtos químicos. “Essa alternativa é benéfica não só na qualidade da alimentação, mas também para a saúde do próprio produtor que não terá contato com esses produtos”, justifica. O coordenador explica que uma das maneiras de combater pragas, com inseticidas orgânicos, é diluir dez litros de leite de vaca em cem litros de água e fazer a pulverização com esse líquido para combater o oídio, uma doença folhear.

14/07/2009 Posted by | Ação Sustentável, Cidadania, Meio Ambiente | , , , , , , , , | 1 Comentário